Ilustração por Raquel Thomé.

Quando foi a última vez que você deu uma boa olhada na parte externa da sua vagina? Aposto que faz um tempo – ou talvez você nunca nem tenha feito isso! Pensando nisso separei algumas curiosidades que toda pessoa deveria saber sobre a própria vagina (e vulva).

 

1. A vagina não é a vagina

Explico: o que a gente chama de “vagina” na verdade é a vulva, sua parte externa. A vagina mesmo é o que nos chamamos de canal vaginal.

A vagina é um órgão genital interno. É o canal que faz a comunicação entre a vulva e o colo do útero. É ali que colocamos o absorvente interno, de onde sai o sangue da menstruação, onde ocorre a penetração durante o sexo, por onde saem os bebês no parto. O nosso xixi sai pela uretra.

 

2. Ela se expande e se contrai

Por isso o seu absorvente interno sempre vai estar bem acomodado e nunca vai se perder dentro de você, ao mesmo tempo em que uma penetração de pênis ou vibrador – independente do tamanho – entra confortavelmente. A vagina é capaz de se expandir mais ainda para deixar passar um bebezão na hora do parto! Ela volta ao normal depois de mais ou menos seis meses.

 
3. Sabe quando durante o sexo você sente que o pênis do seu parceiro foi tão fundo que encostou nos seus órgãos internos? Isso não acontece 

 

Na verdade ele chegou até o seu cérvix, que é a parte inferior do seu útero. E caso você esteja grávida, não se preocupe: o pênis do seu parceiro – não importa quão grande ele possa ser – não chega até o bebê, que está protegido pelo fluido amniótico. O bebê não sente nenhum incômodo durante a relação sexual dos pais. Se você tem uma gravidez sem complicações e se sente bem o bastante para ter relações, vá em frente.

4. Ela não é um túnel infinito

Como acabamos de falar, o cérvix é o fim da sua vagina e o início do útero. O que significa que se você perder seu absorvente interno dentro de você ele não vai parar no seu estômago, nem nada do tipo. Ele vai estar quietinho ali mesmo onde você o deixou, no seu canal vaginal, esperando para ser resgatado. Se você não conseguir puxá-lo de volta com os dedos, procure sua ginecologista para que ela te auxilie. Nunca enfie nada na sua vagina para “pescar” objetos perdidos!

5. O cheiro da vagina pode mudar de acordo com o que você come 

Toda vagina tem um odor característico de… vagina! No entanto, os alimentos podem influenciara saúde da sua vagina a partir da variação do pH vaginal, favorecendo ou não a proliferação de alguns microrganismos. “O consumo exagerado de produtos com farinha branca, que se torna glicose no organismo, e de açúcares faz o pH vaginal mais ácido. Isso eleva a produção de bactérias locais, gerando a candidíase e o corrimento, que é uma das principais causas de consulta ginecológica”, explica Poliani Prizmic, ginecologista do Hospital e Maternidade São Luiz, de São Paulo (SP) em entrevista ao UOL.

6. Você não precisa usar sabonete íntimo, mas pode usar se quiser 

O sabonete íntimo não é indispensável para limpeza e saúde da sua vagina, mas ele pode ser utilizado se você quiser. No entanto, não pode ser qualquer sabonete. A nossa região íntima externa tem pH entre 3 e 5 e é importante utilizar um produto que não afete essa proteção natural. Isso porquê, a acidez da região é um mecanismo de proteção que inibe a proliferação de bactérias. Exatamente por isso é tão importante usar um sabonete específico, que não afete esta proteção natural. O sabonete íntimo deve ter baixa detergência, pH adequado à pele e, de preferência, serem líquidos, adverte o ginecologista Paulo Giraldo. Só não se esqueça que ele deve ser usado só na parte externa (ou seja, na vulva) e nunca dentro da vagina.

 

7. Tem diferentes formas e tamanhos

Não existem pênis pequenos, grandes, médios, finos, grossos e tortinhos? Então é claro que as vaginas – e as vulvas – também não seriam todas iguais. Não existe um “modelo correto” de vagina, mas mesmo assim a cirurgia plástica íntima já é uma realidade, embora em alguns casos ela seja realizada por questões médicas e não por pura estética. Que tal ir buscar um espelhinho pra colocar entre as pernas e conhecer melhor essa parte tão importante do seu corpo?

vulva

 

8. Flatulência vaginal existe

Sabe aquele som de pum que sua vagina produz durante o sexo? Não é um pum. É excesso de ar causado pelo entra-e-sai do pênis. Constrangedor? Sim. Porém não tanto quanto seria se fosse um pum de verdade.

9. Não é normal sentir dor no canal vaginal durante o sexo!

Se você sente dor na vagina quando tem relações sexuais, isso pode acontecer por diferentes motivos: uma simples falta de lubrificação, uma infecção ou alergia e até algo mais grave. Nesse caso, procure um ginecologista.

10. Ela enruga com o tempo

Assim como acontece com nosso rosto, a vagina também enruga com o passar dos anos quando passamos a produzir menos estrogênio e menos colágeno, que é o que sustenta nossa pele.

 

11. A vagina se lubrifica sozinha quando você fica excitada

Mas a medida que ficamos mais velhas a lubrificação diminui. Se você estiver com vontade de fazer sexo, mas sentir que sua vagina está seca, use um lubrificante para evitar sentir dor durante a penetração. Os lubrificantes à base de água são os mais indicados.

Andréa Romão. Redatora, roteirista e, às vezes, atriz. Escreve sobre relacionamentos no Casal Sem Vergonha, sobre sexo no Entre Todas as Coisas, sobre bebês no Criar e Crescer e sobre cinema na Obvious. Aproveita o tempo livre para contar a história de três amigas tentando sobreviver à vida adulta no seu blog Amor, Sexo e Outros Desastres.

 

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