Em 2017, a ilustradora francela Emma Clit viralizou na internet com uma história em quadrinho que explicava a exaustão que mulheres sofrem pela “carga mental feminina”.

O termo foi cunhado nos anos 1980 por Monique Haicault “para descrever o constante cansaço sentido pelas mulheres que se inseriam no mundo do trabalho”. Segundo o artigo “Um tempo só para si: gênero, pandemia e uma política científica feminista”, de Bárbara Castro e Mariana Chaguri:

Haicault teve larga experiência de pesquisa com mulheres que trabalhavam a domicílio na indústria têxtil, sobrepondo espaços e tempos de trabalho. Mas, foi quando ela deslocou seu estudo para outro contexto, o de mulheres trabalhando em fábricas, fora de casa, que ela pôde perceber como a distinção de espaços sociais era simplesmente de ordem simbólica. Quando estão nas fábricas, as mulheres planejam a vida doméstica, pensam sobre as compras da semana e do mês, as contas a pagar e as tarefas que têm para cumprir. A casa as acompanha na fábrica. A carga mental não está, portanto, na justaposição ou somatória de atividades, mas na sua sincronicidade, na sua simultaneidade.

Emma consegue sintetizar esse conceito em seus quadrinhos de forma muito brilhante, ajudando a compreender melhor a questão. Confira:

 

Compartilhe...