O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células da mama. Esse tipo de câncer corresponde a 28% dos casos novos de câncer em mulheres, sendo um dos tipos de câncer mais comuns para este grupo. Nos homens, é de ocorrência rara, representando menos de 1% do total de casos da doença [1]. Segundo o INCA, foram estimados 59.700 casos novos de câncer de mama em 2019.

O câncer de mama corresponde à quinta causa de morte por câncer em geral (626.679 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. [2] Por isso, é importante e urgente abordar esse tema.

 

Primeiramente: vamos falar de autoexame

 

O Outubro Rosa é um movimento de adesão mundial que busca a conscientização sobre o câncer de mama e seu diagnóstico precoce. Nesta época, é muito comum vermos diversos cartazes e artigos que falem sobre o autoexame. No entanto, esta é uma abordagem ultrapassada.

O autoexame foi uma estratégia elaborada na década de 1950, nos Estados Unidos. A intenção era que mulheres seguissem as recomendações de como realizar os exames e, assim, detectar precocemente o câncer. Estudos posteriores demonstraram sua ineficácia em reduzir a mortalidade do câncer de mama. [3]

O rastreamento, por sua vez, é uma estratégia eficaz em oferecer um diagnóstico precoce do câncer de mama. Rastreamento nada mais é que a utilização de exames para detectar uma doença em pessoas assintomáticas. Ele é recomendado para todas as mulheres, entre 50 e 69, a cada dois anos. Sendo realizado com esta regularidade, qualquer alteração nas mamas é detectado bastante precocemente.

A mamografia é o exame cuja aplicação apresenta eficácia comprovada na redução da mortalidade do câncer de mama. Normalmente, quando o nódulo pode ser detectado através do toque é porque já está grande e, em muitos casos, poderiam ser descoberto mais precocemente através do rastreamento. [4]

Então, quer dizer que não devemos fazer o autoexame?

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é importante que as mulheres observem suas mamas, sem técnica específica, apenas se atentando para qualquer alteração suspeita. Devemos procurar, principalmente, os principais sinais e sintomas do câncer de mama.

 

Fatores que aumentam o risco de câncer de mama

 

O termo “risco” é utilizado para saber a chance de uma pessoa desenvolver uma doença, baseado em fatores ambientais ou hereditários. O tabagismo e a obesidade, por exemplo, são fatores de risco para diversos cânceres.

No caso do câncer de mama, o principal fator de risco é a idade. Cerca de quatro em cada cinco casos de câncer de mama ocorrem em mulheres após os 50 anos. Isso é explicado pelo próprio acúmulo de exposições aos demais fatores de risco ao longo da vida e as alterações biológicas com o envelhecimento. Porém, não é o único fator de risco no qual devemos ficar atentas. Abaixo, uma tabela do INCA destaca os fatores que aumentam o risco do câncer de mama:

 

fatores de risco para o câncer de mama

 

É importante ressaltar que se encaixar um ou mais desses fatores não significa que a mulher necessariamente irá desenvolver a doença. Além disso, vale lembrar que o câncer de mama de caráter genético ou hereditário corresponde a apenas 5% a 10% do total de casos da doença. No entanto, a mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos ou hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama e, portanto, deve estar atenta a este fato.

 

Prevenção

 

 

Há vários tipos de câncer de mama e o câncer não tem uma causa única. Há diversas causas externas (presentes no meio ambiente) e internas (como hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas). Os fatores podem interagir de diversas formas, dando início ao surgimento do câncer. No entanto, se existem fatores que não podemos modificar, como os fatores de risco genético e hereditários,  existem outros fatores que podemos controlar.

Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são recomendações básicas para prevenir o câncer de mama.

 

 

A amamentação é considerada um fator protetor ao câncer de mama. Isso porquê, segundo o INCA, “enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário. Assim, se houver células agredidas, elas são eliminadas e renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, dentre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético. Outro benefício é que as taxas de determinados hormônios que favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncer caem durante o período de aleitamento. Quanto mais prolongada for a amamentação, maior a proteção para a mãe e o bebê”.

Além disso, o INCA recomenda que se evite a utilização de hormônios sintéticos. Anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal devem ser utilizados com cautela e sob prescrição médica.

 

Sinais e sintomas

 

Tão importante quanto saber como se prevenir do câncer de mama, é sabermos detectá-lo na sua fase inicial.

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais pela presença de um nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor. Essa é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Outros sinais e sintomas são:

  • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
  • Alterações no bico do peito (mamilo);
  • Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
  • Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos;

 

É importante estar atenta para seu corpo, uma vez que sua atenção pode ser fundamental para a detecção precoce do câncer. No entanto, não podemos também nos desesperar. Essas alterações precisam ser investigadas pelo médico ou médica, mas podem não ser câncer de mama.

Além disso, devemos salientar que algumas mulheres podem até mesmo não apresentar nenhum desses sinais e sintomas.  Por isso, também, a importância de realizar a mamografia de rastreamento. Este é um exame que deve ser realizado por todas as mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. 

A mamografia é uma radiografia das mamas. Como falamos anteriormente, este é um exame importante porque detecta o câncer antes mesmo de a mulher ter algum sintoma. Quando o exame é feito para avaliar uma alteração suspeita da mama, é chamado de mamografia diagnóstica.

Além deste, outros exames são utilizados para investigar se é ou não câncer de mama, como exame clínico das mamas, ultrassonografia e ressonância magnética. No entanto, a confirmação só é feita em laboratório, com a biópsia.

Se você é uma mulher jovem, como são a maioria das nossas leitoras, não precisa sair correndo tentando agendar uma mamografia. Este não é um exame indicado para mulheres com menos de 50 anos. Na mulheres jovens, as mamas são mais densas e com menos gordura, o que limita o exame e gera resultados incorretos.

Baixe aqui a cartilha “Câncer de Mama: É preciso falar disso”, do INCA.

 

 

Referências:

 

[1] http://saude.gov.br/saude-de-a-z/cancer-de-mama

[2] https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude

[3] https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/acoes-de-controle/deteccao-precoce

[4] https://drauziovarella.uol.com.br/cancer/autoexame-ajuda-a-diagnosticar-cancer-de-mama/

[5] https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama

 

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