De 25 a 28 de novembro, Salvador e Berlim se unem como cidades-sedes do evento “UNIDAS: Mulheres em Diálogos”, que mobiliza convidadas das mais diversas trajetórias, representatividades e origens para desenvolver pensamentos e ações que fortaleçam a continuada luta pela igualdade de gêneros. Realizado pela UNIDAS – Rede de Mulheres entre a Alemanha, América Latina e Caribe, pelo Goethe-Institut e pelo Ministério Alemão das Relações Exteriores, que patrocina o projeto através do seu ministro Heiko Maas, e com apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia (SPM-BA), o encontro, articulado nos dois lados do Atlântico, promoverá debates e atividades que terão transmissão na internet durante toda a programação, dividida em quatro blocos temáticos: “Interseccionalidade”, “Direitos das mulheres e igualdade de gênero”, “Violência contra as mulheres” e “Prevenção de crises”.

A partir de uma curadoria formada integralmente por mulheres, cerca de 30 ativistas estarão presencialmente em Salvador neste ajuntamento de forças feministas, coletivas e representativas, que incluem militantes artísticas, negras, indígenas, LGBTQI+, periféricas, anticapacitistas, políticas, educacionais e sociais. Nomes como a autora Carla Akotirene, a rapper, historiadora e escritora Preta Rara, a empreendedora social Ana Fontes, a líder da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) Keila Simpson e a ativista, prostituta e educadora Lourdes Barreto estão confirmados. Juntam-se a elas as quatro atuais residentes do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia: a multiartista Jade Maria Zimbra, a artista visual Juliana dos Santos, a artista visual e educadora social Kika Carvalho e a coreógrafa Malu Avelar.

Em Berlim, as discussões, palestras e grupos de trabalho se darão online, conectados e simultâneos aos do Brasil, construindo pontes digitais transatlânticas. As unidades do Goethe-Institut de vários países também, especialmente da América Latina, engajarão suas comunidades em torno deste projeto internacional.

O evento se dispõe a dar substância aos propósitos da rede UNIDAS, lançada em abril de 2019, também em Salvador, e consolidada em maio daquele ano, na Alemanha, com objetivo de criar parcerias entre este país e os da América Latina e do Caribe, com foco na igualdade de gênero e no desenvolvimento de estratégias para promoção de sociedades mais estáveis e seguras. O grupo pretende fortalecer o envolvimento e a liderança das mulheres na sociedade, na política, na área de negócios e na ciência, além de fomentar um intercâmbio de aprendizado e colaboração mútuos entre estas regiões, onde movimentos pelos direitos das mulheres vêm sendo sistematicamente apoiados.

Acompanhe o evento pelo canal no Youtube: www.youtube.com/goethebahia

 

Confira as participantes

 

Ana Antar

Desenvolvedora de jogos, produtora e diretora teatral

Cofundadora da ERA Game Studio, empresa responsável pela criação do primeiro Live Game do mundo. Sócia-fundadora do Refúgio, coworking com foco em arte e tecnologia. Diretora teatral formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), especialista em Game Design pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), desenvolvedora de jogos, gerente de projetos, produtora e articuladora cultural. Organizadora nacional da Women Game Jam.

 

 

 

Ana Paula Freitas

Advogada e coordenadora de programas em direitos humanos

Advogada. Coordenadora de Programas da Rede Liberdade, incubado no Instituto Sou da Paz, em São Paulo, projeto nacional que consiste na coordenação de ações jurídicas e judiciais para a garantia de liberdades e direitos individuais. Cofundadora do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), no Rio de Janeiro, organização que promove a equidade racial nas carreiras jurídicas e defesa da população negra e periférica. Reconhecida pela Organização Internacional Ashoka, considerada uma das cinco de maior impacto social do mundo, como uma agente transformadora pela democracia no Brasil, pela sua atuação no acesso à justiça.

 

 

Ariene Susui

Ativista indígena, jornalista e mestranda em Comunicação

De etnia Wapichana, é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação pela Universidade Federal de Roraima (PPGCOM-UFRR) e bacharel em Jornalismo. Foi assessora de Comunicação do Conselho Indígena de Roraima, cofundadora da Rede de Comunicadores Indígenas de Roraima Wakiway, ativista indígena e ambientalista. Nasceu na comunidade indígena Truaru da Cabeceira. Primeira da família a concluir o ensino superior, começou a atuar como ativista aos 16 anos, defendo uma educação de qualidade e melhores condições de vida para a população indígena. Sua pesquisa de mestrado é relacionada com o tema “Comunicadores indígenas e territorialidade amazônica: o protagonismo na criação de conteúdos para as mídias digitais em Roraima”.

 

Brisa Flow

Cantora, pesquisadora e arte-educadora

Artista ameríndia, cantora, compositora, escritora e pesquisadora. Constrói arte a partir da vivência de seu corpo no mundo, criando caminhos que desprendem das amarras da colonialidade. Sua música é um encontro com as energias da Terra, o fogo e a água. Canta poesias que curam com sua voz dos ventos andinos.

 

 

 

Carol Barreto

ModAtivista, professora e pesquisadora

Criadora do projeto “ModAtivismo”, é artista visual, designer de moda autoral, professora do Departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia (UFBA), colunista da revista “RAÇA”. Oriunda de Santo Amaro da Purificação (BA), trabalha com a relação entre moda e ativismo político feminista e antirracista, construindo um trabalho de visibilidade internacional nas passarelas de Dakar (Senegal), Paris (França) e Luanda (Angola) e galerias de arte em Chicago e Nova Iorque (EUA), Toronto (Canadá), Cidade do México (México), Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo (Brasil), além de atividades de circulação de sua obra em Recife e Fortaleza (Brasil), Bogotá (Colômbia) e Williamsburg (EUA). Assinou o figurino do filme sobre Lina Bo Bardi, do cineasta inglês Isaac Julian, e do musical “Brasilis: Circo Turma da Mônica”, sobre diversidade cultural brasileira, em turnê nacional.

 

Elaine Bortolanza

Pesquisadora, ativista e produtora cultural

Psicóloga, pesquisadora, curadora e produtora cultural. Doutora em Psicologia – Núcleo de Estudos da Subjetividade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Integra a Rede Brasileira de Prostitutas, o coletivo Davida e está à frente da Daspu. Vem atuando em diferentes espaços para dar visibilidade às questões que permeiam as políticas do desejo e sua relação com os dispositivos urbanos e culturais relacionados à diversidade, sexualidade, gênero e direitos humanos.

 

 

Flavia Candida

Produtora e curadora

Curadora, cineasta e produtora egressa do curso de Cinema da Universidade Federal Fluminense, onde dirigiu o curta “O Metro Quadrado”, vencedor do Prêmio Especial do Júri no 35º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Começou sua carreira como programadora em meados dos anos 1990 no Cine Arte UFF e coordenou por mais de 15 anos o Festival Brasileiro de Cinema Universitário. Colabora na programação e curadoria de diversos festivais e mostras, como Curta Cinema, Festival do Rio, Festival Internacional de Curtas de São Paulo, Goiânia Mostra Curtas, Festival de Cinema de Vitória, Século XXI: Mulheres, Ação! e Cabíria Festival Mulheres & Audiovisual. Como analista e consultora de projetos, trabalha na seleção de laboratórios como BrLab – Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais, Plataforma Lab, Icumam Lab – Laboratório de Fomento à Produção Audiovisual no Centro-Oeste e consultoria no Lab de Projetos do Curta Cinema 2015 e seleção em 2018 e 2019.

 

Giovanna Heliodoro

Historiadora, pesquisadora e comunicadora

Historiadora, comunicadora, pesquisadora interseccional, afrotransfeminista, produtora do Festival TransViva! e colunista do Influência Negra. Integra o EQUI, articulando ações acerca da inclusão de diversidade no mercado de trabalho. É produtora de conteúdo do perfil TransPreta e uma das autoras do livro “Raízes – Resistência Histórica”.

 

 

 

Graciela Guarani

Comunicadora social, produtora cultural e cineasta

Pertencente à nação Guarani Kaiowá, é produtora cultural, comunicadora, cineasta, curadora de cinema e formadora em audiovisual. Uma das mulheres indígenas pioneiras em produções originais audiovisuais no cenário brasileiro, tem um currículo que inclui trabalho como facilitadora do curso “Mulheres indígenas e novas mídias sociais – da invisibilidade ao acesso aos direitos”, pela ONU Mulheres Brasil e Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (MS), 2019; facilitadora na oficina de cinema “Ocupar a Tela: Mulheres, Terra e Movimento”, pelo Instituto Moreira Salles (IMS) e Museu do Índio (RJ), 2019; e convidada como debatedora da mesa redonda internacional “Mulheres na Mídia e no Cinema”, na 70ª Berlinale – Berlin International Film Festival 2020.

 

Jaciara Ribeiro

Yalorixá e ativista

Yalorixá de um terreiro de candomblé ativista contra a intolerância religiosa. Já ocupou cargo na Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza da Bahia, no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e na Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia. Por um ato de intolerância religiosa, viu sua mãe biológica morrer de infarto fulminante. Atua em defesa do respeito entre as diversas religiões, é militante do movimento negro e do trabalho social em Salvador através do grupo Yakobiode.

 

 

Jade Maria Zimbra

Multiartista

Atual residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, aqui está taróloga-feiticeira-poeta. A artista escava traços perdidos dentro e fora do tempo ocidental, investigando antídotos para os venenos coloniais espalhados através de mente-corpo-espírito. Atravessando as linguagens que permeiam e guiam sua espiritualidade, usa as mãos e as vozes para tecer anúncios que advêm de investigações em terras secas e abissais, onde as oráculas são ferramentas mágicas de manifestação e cura.

 

Jovanna Baby

TransAtivista dos Direitos Humanos

Bacharel em Recursos Humanos, idealizadora e fundadora do Movimento Nacional de Travestis do Brasil da Associação de Travestis e Liberados (ASTRAL) e cofundadora da Associação Damas da Noite do estado do Espírito Santo, em 1979. Idealizadora e fundadora da RENTRAL/RENATA/ANTRA. Idealizadora, fundadora e atual presidente do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS).

 

Juliana dos Santos

Artista visual

Atual residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, é mestre em Arte/Educação e doutoranda em Artes pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde faz parte da Coordenação da Comissão de Direitos Humanos e do Núcleo de Pesquisadores Negros da Unesp (Nupe-IA). Sua pesquisa em arte/educação e rupturas dos paradigmas hegemônicos tem como foco a descolonização das práticas educativas. Nos últimos anos, vem realizando exposições, cursos, oficinas, palestras, atividades de formação docente e consultorias em diversas instituições nacionais e internacionais. Atuou como professora convidada no programa de pós-graduação em História da Arte da Faculdade de Belas Artes e atualmente está como professora substituta no Instituto de Artes da Unesp. Vem realizando trabalhos em vídeo, pintura, performance, fotografia e multimídia, e tem investigado a cor azul da flor Clitória Ternátea como possibilidade da cor como experiência sensível no processo de expansão dos sentidos. Sua pesquisa se dá na intersecção entre arte, história e educação, com interesse pela maneira como artistas negrxs se engajaram em práticas para lidar com os limites da representação. Realizou a primeira individual em 2018, como artista/docente convidada na residência artística da Academia de Belas Artes de Viena. Sua primeira solo nacional foi pela Temporada de Projetos do Paço das Artes em 2019. Foi premiada em terceiro lugar no 16º Salão de Artes Visuais de Ubatuba. Esse ano, foi selecionada na 12ª Abre-Alas d’A Gentil Carioca Galeria (RJ). Ainda este ano, participou da 12ª edição da Bienal do Mercosul e está integrando o time da Trienal de Artes do Sesc Sorocaba (2020/2021).

 

Katiúscia Ribeiro

Filósofa, professora e doutoranda em Filosofia Africana

Filósofa, professora, palestrante. Coordenadora Geral do Laboratório de Africologia e Estudos Ameríndios Geru Maã da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). CEO do Instituto Ajeum Filosófico. Possui graduação em Filosofia pela UFRJ e é mestre em Filosofia e Ensino pelo Programa de Pós-graduação de Filosofia e Ensino (PPFEN) do CEFET/RJ, com a dissertação “Kemet, Escolas e Arcadeas – A Filosofia Africana no Combate ao Racismo Epistêmico e a Lei 10.639/03”. Atualmente, é doutoranda em Filosofia no Programa de Pós-Graduação em Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (PPGF/IFCS) da UFRJ, com pesquisa sobre Filosofia Kemetica. É professora da Escola de Magistratura do Rio de Janeiro (EMERJ).

 

Keila Simpson

Educadora

Ativista do Movimento LGBT desde 1990. Líder da principal rede nacional que atua na defesa dos direitos humanos da população trans, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). Foi vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). Foi presidente do Conselho Nacional de Combate à Discriminação de LGBT em 2013, ano em que recebeu da então presidenta Dilma Rousseff o Prêmio Nacional de Direitos Humanos pelos relevantes serviços prestados à população LGBT do Brasil. Nos últimos anos, coordenou o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos de LGBT (CPDD LGBT), espaço que recebe denúncias de violações de direitos da população LGBT da Bahia.

 

 

Keyna Eleison

Curadora de arte e escritora

Curadora, escritora, pesquisadora, herdeira Griot e xamã, narradora, cantora, cronista ancestral. Mestre em História da Arte e especialista em História e Arquitetura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e bacharel em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Membra da Comissão do Patrimônio Africano para laureação da região do Cais do Valongo como Patrimônio da Humanidade (UNESCO). Curadora da 10ª Bienal Internacional SIART, na Bolívia. Atualmente, é cronista da “Contemporary &”, professora do Programa de Formação e Deformação na Escola de Artes Visuais Parque Lage, no Rio de Janeiro, e diretora artística do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio). Atua no desenvolvimento de exposições e significados de obras de arte e artistas, orientação de processos artísticos, curadoria de exposições, ensino de arte, tendo como precedente na coordenação em educação artística e narrativa o reforço à relação de passagem e captura de conhecimento oral.

 

Kika Carvalho

Artista visual e educadora social

Atual residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, é graduada em Artes Visuais – Licenciatura pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Utiliza diferentes técnicas e escalas para explorar sua constante busca por memórias individuais e coletivas, a fim de ressignificar narrativas hegemônicas. É também arte-educadora, atuando em projetos que se alinhem às suas práticas artísticas.

 

Leandrinha Du Art

Ativista

Midiativista, escritora, colunista NINJA, militante LGBT & PCD. Também CEO do projeto “Galerias”, que abarca outros projetos como Galeria PCD e Galeria TRANS. Graduanda em Teologia e pesquisadora de Filosofia. Nos últimos anos, tornou-se o rosto referência nas pautas de sexualidade e gênero para pessoas com deficiência e LGBTs, conectando-se com pessoas do Brasil e de todo o mundo todo. A jovem visionária nos convida a executar verdadeiramente um projeto de mundo melhor.

 

 

Lourdes Barreto

Ativista, prostituta e educadora

Ativista, prostituta, 77 anos, mãe de 4 filhos, vó de 10 netos e bisavó de 7 bisnetos. Fundou a Rede Brasileira de Prostitutas com Gabriela Leite, o Movimento de Promoção da Mulher e o Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará (GEMPAC). Conselheira no Conselho Nacional de Direitos da Mulher, reconhecida por notório saber em sexualidade e gênero. Integra a Plataforma Latino-Americana de Pessoas que Exercem Trabalho Sexual (PLAPERTS) e a Rede Mundial de Trabalhadores Sexuais (NSWP). PutAtivista reconhecida nacional e internacionalmente na luta pelos direitos das prostitutas e na luta contra a Aids no Brasil. Sua biografia compõe a história brasileira de políticas públicas no país.

 

Malu Avelar

Coreógrafa

Atual residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, nasceu na cidade histórica de Sabará (MG) e iniciou sua formação artística em Belo Horizonte, no Centro de Formação Artística do Palácio das Artes (CEFAR) e no Grupo Jovem Compasso. Trabalhou em conjunto com muitos importantes coreógrafos brasileiros, dentre eles Morena Nascimento, Mário Nascimento, Patricia Avellar, Tindaro Silvano, Gal Martins, Firmino Pitanga, Mário Lopes e Luciane Ramos. Atualmente, desenvolve o seu trabalho artístico na cidade de São Paulo, com parcerias e projetos independentes. Seus últimos trabalhos foram desenvolvidos através de sua pesquisa corporal “Corpo Negro: Tensão e Urgência”, colaborando com o projeto “RÉS”, da Corpórea Companhia de Corpos, premiado pelo edital “RUMOS” e tendo como destaque o clipe da Elza Soares, “O que se cala”, o qual coreografou. No ano de 2019, participou da residência PlusAfroT na Villa Waldberta (Munique), iniciando e aprofundando duas pesquisas: uma performance em dança chamada “1300° – Qual é a saúde de um vulcão?” e a “Sauna Lésbica”, uma obra relacional instalativa que teve a sua primeira edição no segundo programa de residência artística do Festival Internacional Valongo (Santos/2019). A cerne da pesquisa da artista parte do aterramento desse corpo dissidente que vive em constante estado de alerta e tem uma urgência pelo movimento que circula em um mistério que vem de dentro e transborda para além dos discursos que o cristaliza.

 

 

Milly Costa

Ativista e palestrante

Formada em Administração de Recursos Humanos, fez cursos livres em Psicologia e Mídias Sociais. É militante e palestrante nas áreas de gordofobia e corporiedade, lesbianidades plurais, antirracismo e povos de candomblé. Criadora de projetos culturais e didáticos para mulheres negras, mulheres LBT e mulheres gordas. Criadora de conteúdo digital, é membro do coletivo de mulheres 8M, Brejo Virtual e Rede de Mulheres Negras da Bahia. Idealizadora do Sapas Gordas, projeto virtual onde dialoga-se sobre corpos de lésbicas gordas com o enfoque em mulheres negras.

 

 

Nádia Akawã Tupinambá

Mulher medicina, ativista e educadora

Mãe, avó, liderança indígena, mora na Aldeia Tukum – Território Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia. Licenciada em Artes e Linguagens e com Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Educadora indígena e popular, é formadora de educadores indígenas da Bahia do programa Saberes Indígenas, na escola e na formação continuada. Membro do Fórum Estadual de Educação Escolar Indígena. É mulher medicina, mestra griô da tradição oral e membro da Comissão Nacional de Mestres e Mestras Griô, conselheira espiritual, orientadora das plantas a serem utilizadas antes, durante e depois do parto. Trabalha com as manipulações das ervas medicinais, de cura e do feitio das pomadas, tinturas, águas de cheiro e óleos essenciais. Condutora das cerimônias do sopro sagrado e da bênção do templo (útero) das mulheres para cura ancestral, usando a ginecologia natural, curativa e preventiva a mulheres de todas as idades. Cuidadora e guardiã das sementes nativas e dos saberes ancestrais e imateriais, massoterapeuta e terapeuta holística. Condutora da vivência com os florais da lua.

 

Olinda Yawar

Jornalista, cineasta e ativista ambiental

Indígena do povo Tupinambá e Pataxó hãhãhãe, jornalista, cineasta e ativista ambiental. No final de 2015, apresentou sua obra documental “Retomar para Existir”, para obtenção do grau de bacharela em Comunicação Social – Jornalismo. Trabalha como produtora local e assistente de produção, tendo exercido esta função nos filmes de longa-metragem “Uma Mulher, Uma Aldeia”, com produção da Inspirar Ideias e Ideais, e “Je Suis L’engrais de ma Terre”, documentário França/Brasil, com produção de Luis Miranda (Paris) e ANAI (Salvador). Escreve e edita para o blog paubrasilnoticias.com. Em 2018, concluiu seu primeiro longa, “Mulheres que Alimentam”, em que trabalhou na produção, roteiro, direção, edição e montagem. Em 2018, na “Mostra Amotara – Olhares das Mulheres Indígenas”, em Teixeira de Freitas (BA), foi artista convidada, palestrante e debatedora, além de realizadora de obra de audiovisual exibida na programação; e na “Mostra Paraguaçu de Cinema Indígena”, na terra indígena Caramuru, Pau Brasil (BA), foi produtora, curadora e realizadora de obra exibida na programação. Em 2019, foi uma das curadoras do “Festival de Cinema Indígena Cine Kurumin”, em sua 7ª edição, em Recife e Brasília. Em 2020, concluiu seu primeiro filme de ficção, “Kaapora – O chamado das Matas” e também o filme “Equilíbrio”, além de ter sido curadora do “Cabíria Festival – Mulheres & Audiovisual”.

 

Preta Rara

Rapper, historiadora e escritora

Iniciou sua carreira no rap em 2006, no extinto grupo feminino Tarja-Preta, em Santos (SP), pelo qual ganhou diversos prêmios e onde permaneceu por sete anos. Além de rapper, é historiadora, escritora e ativista. Trabalhou durante sete anos como doméstica e, em 2016, lançou a página “Eu, Empregada Doméstica”, no Facebook, tornando-se porta-voz dessas trabalhadoras. Em 2017, idealizou e apresentou a websérie “Nossa Voz Ecoa”, que está disponível no YouTube, entrevistando grandes personalidades como Criolo, Érica Malunguinho, Liniker, entre outrxs. Resultado do sucesso da página que denuncia as relações desumanas do trabalho doméstico, Preta Rara está agora lançando seu primeiro livro, “Eu, Empregada Doméstica – a senzala moderna é o quartinho da empregada”, pela editora Letramento, que relembra suas histórias e traz relatos de outras trabalhadoras domésticas.

 

Sista Katia

Conectora urbana, grafiteira e produtora artística

Multiartista que integra arte visual, moda, ativismo, cultura e música. Sua principal atuação é como conectora urbana. Grafiteira desde 2007, cria pontes entre pessoas criativas e ideias inovadoras, articulando projetos que incentivem a criação de redes colaborativas entre mulheres.

 

 

 

 

Tamikuã Txihi

Artista plástica e liderança indígena

Integrante da comunidade Tekoa Itakupe, Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo. Liderança indígena, artista plástica, bacharel em Serviço Social e parte do Feminismo Comunitário de Abya Yala Tecido Pindorama Brasil. Viveu em seu corpo, desde criança, as consequências e as alegrias de lutar para defender e recuperar os territórios dos povos originários de Pindorama (Brasil), não só física, mas também espiritualmente. Por isso, seu caminho foi de responsabilidade e seguiu buscando conhecimento e informações para defender, com mais instrumentos, os direitos dos povos indígenas, como a criatividade, as políticas públicas de saúde, educação, cultura e arte, que agora são como os novos arcos e flechas que vão lançar os sonhos da humanidade ao futuro. Nesse caminho, compartilhou conhecimento, experiência e luta com diferentes povos de Abya Yala (América). Acredita que as mulheres são a força e a esperança que a humanidade precisa para se libertar de todas as opressões.

 

Thiffany Odara

Pedagoga, educadora social e redutora de danos

Pedagoga e educadora social, especialista em gênero, raça, sexualidade e etnia na formação de educadores. É também redutora de danos e escritora.

 

 

 

 

 

Valdecir Nascimento

Professora e ativista

Historiadora formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestra em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Ativista do Movimento de Mulheres Negras, coordenadora executiva do Odara – Instituto da Mulher Negra, da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) e coordenadora do Brasil na Red de Mujeres Afrolatinoamericanas, Afrocaribeñas y de la Diáspora. Compõe a Secretaria Executiva do Fórum Permanente pela Igualdade Racial (FOPIR).

 

 

Vânia Rezende

Educadora sexual, ativista e poetisa

Com 68 anos de idade, é prostituta há 48, deficiente há 5, mãe, avó, bissexual, negra, poetisa, paciente oncológica e ativista, que é o que a mantém viva. Coordenadora geral da Associação Pernambucana de Profissionais do Sexo (APPS) e integrante da Rede Brasileira de Prostitutas, da Plataforma Latino-Americana de Pessoas que Exercem Trabalho Sexual (PLAPERTS), da Uiala Mukaji – Sociedade das Mulheres Negras e do Fórum LGBT de Pernambuco. Uma vez rainha do maracatu Nação de Luanda e, hoje, presidente do Conselho. Ávida leitora de Jorge Amado, se identifica com Angela Davis e Elza Soares, admira as religiões de matriz africana e não professa nenhuma religião.

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