
Curta-documentário Colette
Vencedor do Oscar de 2021 na categoria de Documentário em Curta-Metragem, *Colette* acompanha Colette Marin-Catherine e a pesquisadora Lucie Fouble durante uma visita ao campo de concentração Mittelbau-Dora, localizado em Nordhausen, na Alemanha.
Colette foi integrante da resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e é considerada uma heroína nacional, embora minimize sua participação no documentário ao afirmar que apenas fazia anotações de placas e pessoas. Ela se junta ao combate ao nazismo junto à sua família, mas poucos sobreviveram à invasão do exército de Hitler e à perseguição da Gestapo.
Sessenta mil pessoas foram levadas para servir de mão de obra escrava em Mittelbau-Dora, incluindo Jean Pierre, irmão de Colette. Vinte mil pessoas sobreviveram aos horrores do campo, mas Jean Pierre não estava entre elas.
Setenta e cinco anos após a morte do irmão, Colette afirma que nunca teve vontade de visitar o campo de concentração. Ela diz não suportar o turismo macabro e a forma como as pessoas se comportam em tais locais, talvez uma alusão às selfies e gestos desrespeitosos que, por vezes, viralizam. A mudança em sua postura se dá a partir da intervenção da pesquisadora Lucie Fouble.
Lucie trabalha em um dicionário biográfico sobre os franceses deportados aos campos de concentração, incluindo o irmão de Colette. É a primeira vez que também visita um campo de concentração, e a companhia de Colette serve para complementar sua pesquisa. No entanto, essa visita torna-se algo muito mais profundo. A experiência que compartilham é tocante, forte e especial.
*Colette* nos faz lembrar que, às vezes, parece que seria mais fácil esquecer um momento trágico do passado. Revisitar uma memória dolorosa e processar mais informações igualmente cruéis a partir do estudo daquele período é uma tarefa difícil, mas necessária. A memória e a verdade são essenciais para que erros do passado não se repitam. *Colette* é sobre dor e memória.