Roxane Gay diz em seu livro “Má Feminista”, nos convida a abandonar “o mito cultural de que todas as amizades femininas precisam ser mal intencionadas, tóxicas e competitivas”. Uma vez que você consegue se livrar dessa misoginia internalizada e do condicionamento patriarcal que faz com que você duvide do poder do amor platônico entre moças, surgem oportunidades para admirar mulheres que ativam verdadeiramente seus super poderes. Embora isso possa soar um pouco hiperbólico, não foge muito da realidade. Assim como nós, garotas que orgulhosamente diziam “só sou amiga de homem!”, podem atestar, uma amizade feminina forte e verdadeira pode muitas vezes te levar mais longe do que qualquer outra relação pode.

Esse fenômeno intrigante é analisado em um novo livro de Marilyn Yalom com Theresa Donovan Brown chamado The Social Sex: A History of Female Friendship (O Sexo Social: Uma História da Amizade Feminina). As autoras observam como experiências sociais e culturais de opressão, compartilhadas por mulheres, pode forjar laços que levam a sucesso político, artístico, profissional e pessoal. De acordo com um review do New York Times, foi uma amizade forte entre Susan B. Anthony e Elizabeth Cady Stanton que “formaram as fundações do empurrão que causou o sufrágio feminino, e não há nada mais feminista que isso. Então no espírito de comemorar o que suas amigas podem fazer por você (e vice-versa), aqui estão sete maneiras que amigas mulheres podem fortalecer seu feminismo:

 

 

1. Elas podem te introduzir a novas ideias feministas

 

 

Ninguém sai do útero uma feminista expert formada, e é por isso que suas amigas estão lá para te fornecer um espaço seguro onde você pode discutir significativamente sobre assuntos sensíveis como assédio sexual, positividade de imagem e, sim, feminismo branco.

 

2. Elas podem te introduzir a novas pensadoras feministas.

Judith Butler, Bell Hooks, Roxane Gay e Germaine Greer são apenas algumas das pensadoras feministas que conheci por recomendação de minhas amigas e mentoras. Não podemos passar todos os nossos dias na aula de estudo do gênero, então recomendações pessoais são muito bem vindas.

3. Elas não vão te julgar e humilhar por ter vida sexual

Quando suas amigas apoiam suas decisões em relação à sua liberdade sexual e não te fazem sentir mal ou com vergonha por causa delas, é facil aprender pelo exemplo e estender essa cortesia ao resto do seu círculo social.

4. Elas não vão te julgar e humilhar por não ter vida sexual 

 

Pela mesma razão, se você não pratica Slut Shaming, você não deveria praticar Prude Shaming. Apoiar suas amigas que podem ser assexuais ou que não tenham a mesma experiência sexual que você, significa ser consciente da diversidade de experiências que são vividas a sua volta – que no fim, te ajuda a entender melhor o feminismo interseccional.

5. Elas vão te ajudar a se manter positiva com relação à sua imagem e seu corpo 

 

 

É crucial ter alguém que te dá um chá de realidade se você começar a usar “gorda” para se referir a você mesma (ou outra pessoa) como um insulto, ou para te apoiar e te oferecer ajuda se você estiver recorrendo a hábitos alimentares perigosos que possam levar a distúrbios alimentares, ou indo à academia apenas baseado em baixa autoestima.

 

6. Elas vão te acompanhar a eventos, passeatas e protestos feministas

 

 

Seja a Marcha das Vadias ou uma visita à clínica de aborto, uma palestra de uma acadêmica feminista ou um curso sobre o prazer do clitóris, tudo que você precisa é uma amiga que possa te acompanhar à toda e qualquer situação da vida real.

 

7. Elas vão te deixar revigoradas para lutar pela sua causa.

 

 

Você pode experienciar sexismo, assédio sexual, abuso sexual ou sofrer com cantadas, mas às vezes é preciso ouvir e compartilhar das experiências de uma pessoa próxima para agir em relação à sua raiva e frustração. Suas amigas são suas aliadas feministas mais próximas – até porque sua luta por equidade de gênero é tanto por você quanto por ela.

*Texto originalmente publicado no site Bustle, traduzido por Juliana Vianna e revisado por Caroline Plácido.

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