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O mercado editorial tem acolhido com muito mais carinho mulheres de diversas partes do mundo. Nas últimas décadas, as escritoras têm conquistado, cada vez mais, espaço em gêneros literários antes dominados por homens, e a oferta de livros no Brasil tem se mostrado cada vez menos presa ao eixo anglo-saxão.

Essa lista de forma alguma consegue abranger todas as mulheres incríveis que estão produzindo literatura de altíssima qualidade, mas pode servir como uma porta de entrada para novas e incríveis histórias.

 

Djaimilia Pereira de Almeida

DJAIMILIA PEREIRA DE ALMEIDA

Nascida em Luanda, Angola, em 1982, a autora cresceu em Portugal nos arredores de Lisboa. Formada em Estudos Portugueses na Universidade Nova de Lisboa, sua tese de mestrado foi premiada com o troféu Primeiras Teses 2010, da Universidade de Coimbra. Formou-se no doutorado de Teoria da Literatura em 2012.

Seu primeiro livro publicado foi Esse Cabelo, em 2015, que mistura elementos biográficos e ficcionais, e fala das experiências de uma menina angolana na sociedade portuguesa e seus conflitos a respeito de sua pele negra e seus cabelos crespos. Em 2019, Djaimilia recebeu o prêmio Oceanos por Luanda, Lisboa, Paraíso.

Talvez seu livro mais conhecido no Brasil seja o premiado A Visão das Plantas, publicado pela Todavia Livros, com capa ilustrada por William Santiago. Esse romance narra a história de Capitão Celestino, um homem de passado bruto e violento que desenvolve um amor delicado pelas plantas de seu jardim. O livro ficou em segundo lugar no prêmio Oceanos 2020.

 

Elena Ferrante

Grande queridinha do mercado editorial atual, Elena Ferrante é o pseudônimo de uma escritora italiana, cuja identidade é secreta. Existem boatos de quem seria a real identidade de Ferrante, mas o objetivo da autora é manter seu anonimato para preservar sua liberdade de escrita e para que sua figura pública não influencie a recepção de seus livros.

Premiada internacionalmente, Elena concede poucas entrevistas, e todas são por escrito e por intermédio de suas editoras italianas. Suspeita-se que tenha nascido em Nápoles, pois sua tetralogia Série Napolitana é bastante fiel na descrição do ambiente e dos costumes da cidade. Sua obra tem como temas recorrentes a infância, a maternidade e o casamento.

Dentre suas principais obras destacam-se A Vida Mentirosa dos Adultos, Tetralogia NapolitanaA Amiga Genial, História do Novo Sobrenome, História de Quem Foge e de Quem Fica, História da Menina PerdidaA Filha Perdida e Um Amor Incômodo. No Brasil, seus livros são publicados pela Editora Intrínseca e pelo selo Biblioteca Azul.

 

Samanta Schweblin

Samanta Schweblin

Considerada uma das principais autoras argentinas da atualidade, Samanta nasceu em Buenos Aires em 1978. Em 2010 foi eleita uma das 22 melhores jovens escritoras de língua espanhola pela revista Granta. É considerada o nome contemporâneo do realismo mágico.

Tendo estudado Desenho da Imagem e do Som na Universidade de Buenos Aires, a autora costuma trazer em seus livros paralelos entre o homem e a tecnologia, campo e cidade, questões ambientais e outros assuntos que são tabus na sociedade, como o aborto. Se estabeleceu na literatura com livros de contos que foram premiados, e seus romances são reconhecidos internacionalmente.

Sua obra mais recente, Kentukis, é publicada no Brasil pela Fósforo Editora, e mostra uma sociedade diversa, onde dispositivos que parecem bichos de pelúcia conectam amos a seus “pets”, os kentukis. Você poder SER um kentuki ou TER um kentuki. Você pode ler a minha resenha completa desse livro aqui.

 

Yoko Ogawa

Yoko Ogawa

Nascida em Okayama, Japão, em 1982, Yoko Ogawa se interessou por literatura desde a infância, tendo muito carinho por clássicos japoneses, principalmente de Kenzaburo Oe. Também é grande fã de O Diário de Anne Frank.

Desde 1988, a autora já publicou mais de cinquenta trabalhos de ficção e não-ficção. Seu primeiro livro, A Decomposição da Borboleta, recebeu o prêmio Kaien para novos escritores. A Fórmula Preferida do Professor foi outra obra aclamada, transformada em filme e premiada com o Yomiuri o prêmio da Sociedade Japonesa de Matemática.

Seus livros são publicados no Brasil pela editora Estação Liberdade, sendo os mais populares A Polícia da Memória, O Museu do Silêncio e A Fórmula Preferida do Professor.

Hoje vive em Ashiya, nos arredores de Kyoto, com o marido e o filho.

 

Eliane Potiguara

Eliane Potiguara

Nascida no Rio de Janeiro em 1950, Eliane Potiguara é uma professora, escritora, empreendedora e ativista indígena, fundadora da Rede Grumin de Mulheres Indígenas. Foi uma das 52 indicadas ao projeto Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz.

Formada em Letras e Educação pela UFRJ, é doutora honoris causa do Conselho Universitário da mesma universidade. Já participou de diversos seminários sobre direitos indígenas na ONU e é considerada, oficialmente, a primeira escritora indígena do Brasil.

Em 1992 recebeu o prêmio Pen Club da Inglaterra por seu primeiro livro, A Terra É a Mãe do Índio. Seu livro Metade Cara, Metade Máscara, de 2004, aborda questões indígenas no Brasil e é objeto de estudos acadêmicos nos Anais da Mostra Científica.

 

Fontes consultadas: Wikipédia | Todavia Livros | Estação Liberdade

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