Hoje é dia do jornalista. Quem é jornalista por talento e vocação sabe o quanto a nossa profissão é maravilhosa. Nós, jornalistas mulheres, estamos nas redações bem mais do que no passado? Sim! Somos repórteres, editoras, até mesmo chefes? Sim.

Em 2000, 27% dos jornalistas na América Latina eram do sexo feminino. O número aumentou para 41% em 2015, segundo o relatório do Projeto de Monitoramento Global de Meios (GMMP, na sigla em inglês).  Mesmo assim, trabalhamos em especial no interior, em um ambiente machista.

Uma mulher que possui diploma – que não é obrigatório em redações pequenas ou até mesmo médias -, por mais que possua todas as qualificações necessárias, não tem suas opiniões levadas em conta ou seu trabalho levado a sério, pelo simples fato de ser mulher. Se for jovem, pior ainda. Bonita então? Piorou. A ideia quer perfaz o pensamento machista é que mulheres com esse perfil são fúteis e que não conseguiram suas posições por mérito. Isso faz lembrar uma frase da cantora e compositora Stevie Nicks, que disse: “Quando as meninas estão crescendo, o mundo diz a elas como devem ser: emocionais, amorosas, bonitas e vaidosas. E quando elas crescem e passam a reproduzir tudo o que lhes foi ensinado, o mundo diz que elas são ilógicas, frágeis, superficiais e fúteis”.

É comum o pensamento de que mulher jornalista não pode atuar em certas áreas, como o jornalismo policial e até mesmo o esporte – sobretudo no futebol, ambientes tradicionalmente dominados por homens. Por mais que tenhamos ótimos e maravilhosos exemplos de mulheres nessas editorias, ainda prevalece a visão de que mulher tem que cobrir editorias mais “leves”, como saúde, geral e colunismo social (sim, pasmem). Aquela velha ideia do sexo frágil e dos estereótipos de gênero.

Outro pensamento retrógrado e machista comum diz respeito às fontes. Uma jornalista que possui boas fontes, o que é essencial na profissão, em especial que faz reportagem, é vista como alguém que conseguiu a confiança delas não pelo bom trabalho, mas sim pela beleza ou até mesmo por relações não profissionais. Ou seja, pelo sexo.

Os problemas não param por aí. Em um local onde mulher bem vista é aquela sem opinião, aquelas que não se limitam ao pensamento do senso comum, ou pensamentos tradicionais, também sofrem preconceito.

Quem está na luta para fazer a diferença, muitas vezes é mal vista pela sociedade. “Quer aparecer”, falam por aí.  Não é possível que não passa pela cabeça dessas pessoas que nós simplesmente queremos trabalhar naquilo que amamos e que estudamos?

Jornalistas são idealistas, sonham em mudar o mundo. E nós conseguimos um pouco a cada dia. Vamos seguir nessa luta, para promover a cidadania e a igualdade de gêneros.

 Amanda Lima

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