Direitos da Mulheres e Injustiça dos Homens, de Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885), publicado pela primeira vez em 1832, ganhou nova versão impressa e em ebook pela editora independente e feminista Moiras. O livro é considerado o texto fundante do feminismo nacional. Ele foi reeditado duas vezes no século XIX e resgatado em 1989 pela editora Cortez, graças ao trabalho da professora e pesquisadora Constância Lima Duarte, também responsável pela atualização e prefácio da nova edição.

Na obra, Nísia Floresta defende a educação para as mulheres, a igualdade e a independência feminina. O discurso apresentado contra a superioridade masculina revela a habilidade da escritora em utilizar argumentos racionais favoráveis ao seu ponto de vista dentro dos parâmetros possíveis na época. O que hoje pode soar conservador foi revolucionário cem anos antes da mulher conquistar o direito ao voto, em um país imperial e escravocrata que havia se tornado independente há apenas dez anos.

Infelizmente, o tempo transcorrido desde a primeira publicação dificulta a solução de algumas incertezas. Inicialmente, Direitos da Mulheres e Injustiça dos Homens foi registrado como uma tradução livre da versão francesa de Vindication of the rights of woman, de Mary Wollstonecraft. E apenas em 1996 constatou-se sua maior proximidade com a obra Woman not inferior to man, de Sophie (pseudônimo de Mary Wortley Montagu). Mas como expõe Constância no texto de abertura, essa dúvida sobre em qual obra Nísia realmente se baseou não diminui a importância do seu feito, “[..] o mais importante é constatar que uma jovem nordestina estava ciente das vindicações sobre educação feminina que circulavam no estrangeiro, e teve a brilhante iniciativa de incluir a mulher brasileira nesse debate”.

O livro, em versão impressa e ebook, está disponível para compra online no site da editora: https://www.editoramoiras.com/shop

Preço: R$30 (o ebook é R$20)

Páginas: 112

Tamanho: 14 cm. de largura por 21 cm. de altura

Sobre Nísia Floresta

 

Nísia Floresta Brasileira Augusta (pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto) nasceu em Papari, no Rio Grande do Norte, em 1810. Ela foi uma das poucas mulheres letradas de sua época. Escreveu artigos para a imprensa brasileira e estrangeira, romances, novelas, poemas e ensaios, além de desempenhar papel importante para a educação feminina no país, com a fundação de um colégio para meninas no Rio de Janeiro, em 1838.

Sobre a editora Moiras

 

A editora Moiras foi fundada em 2018 por três irmãs* idealistas, apaixonadas por livros e narrativas. Elas são de áreas profissionais diferentes – letras, comunicação e arquitetura sustentável – mas se unem no propósito feminista.

O objetivo da editora é publicar livros escritos por mulheres – romances, poesias, ensaios, ilustrações e pesquisas acadêmicas – tanto novos como clássicos. Por enquanto, a empresa conta com dois títulos. São eles: Cyriaco, de Djanira Messias Mauro (mãe das fundadoras) e Direitos da Mulheres e Injustiça dos Homens, o precursor da literatura feminista nacional de Nísia Floresta Brasileira Augusta. A próxima publicação a ser lançada é o livro de poesias O gosto da Inércia, de Rosana Mauro, uma das fundadoras da editora.

O nome Moiras é inspirado na mitologia. As Moiras (Parcas ou Nornas) são três figuras mitológicas que fiam, medem e cortam o fio da existência. Elas são símbolo do poder feminino, boas e más ao mesmo tempo – ora belas, sedutoras e jovens; ora feias, velhas e bruxas.

https://www.editoramoiras.com/

Rosana Mauro. Fundadora da Editora Moiras. Jornalista formada na UMESP (Universidade Metodista de São Paulo), especializada em Comunicação Organizacional pela Faculdade Cásper Líbero. Mestre e doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, com pesquisas sobre telenovela brasileira, representação feminina e classe social.

 

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