Estamos em luto mesmo em um dia de luta. Amanhecemos no dia de hoje atingidos(as/es) por mais um golpe do racismo nosso de cada dia.

A brutal morte de um dos nossos, o João Alberto Silveira Freitas – cujo nome não é a manchete, mas sim só a identificação de seu corpo negro – é a expressão do poema “Certidão de Óbito” de Conceição Evaristo (2008):

“(…) A terra está coberta de valas

e a qualquer descuido da vida

a morte é certa.

A bala não erra o alvo, no escuro

um corpo negro bambeia e dança.

A certidão de óbito, os antigos sabem,

veio lavrada desde os negreiros.”

 

Essa parte de nós que nos fere, sangra e faz doer, só mostra o como estamos longe de viver em um estado de consciência negra. Infelizmente ainda iremos sepultar muito dos(as) nossos(as) para que haja uma plena reparação histórica de nossas vidas ceifadas.

É por tantos João Alberto Silveira Freitas que nosso grito entalado na garganta ecoará as sonoras do dia de hoje.

Pelas vidas negras, nenhum minuto de silenciamento!

João Alberto Silveira Freitas, presente!

 

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