Neste dia das mães, queremos compartilhar com vocês algumas obras que refletem sobre o tema da maternidade, desde obras teóricas até de literatura, que tem muito acrescentar em nossas reflexões.

 

Um amor conquistado: o mito do amor materno

 

Será o amor materno um instinto, uma tendência feminina inata, ou depende, em grande parte, de um comportamento social, variável de acordo com a época e os costumes? É essa a pergunta que Elisabeth Badinter procura responder neste livro, desenvolvendo para isso uma extensa pesquisa histórica, lúcida e desapaixonada, da qual resulta a convicção de que o instinto materno é um mito, não havendo uma conduta materna universal e necessária.

Ao contrário, a autora constata a extrema variabilidade desse sentimento, segundo a cultura, as ambições ou as frustrações da mãe. Não pode então fugir à conclusão de que o amor materno é apenas um sentimento humano como outro qualquer e como tal incerto, frágil e imperfeito. Pode existir ou não, pode aparecer e desaparecer, mostrar-se forte ou frágil, preferir um filho ou ser de todos. Contrariando a crença generalizada em nossos dias, ele não está profundamente inscrito na natureza feminina. Observando-se a evolução das atitudes maternas, verifica-se que o interesse e a dedicação à criança não existiram em todas as épocas e em todos os meios sociais. As diferentes maneiras de expressar o amor vão do mais ao menos, passando pelo nada, ou quase nada.

O amor materno não constitui um sentimento inerente à condição de mulher, ele não é um determinismo, mas algo que se adquire. Tal como o vemos hoje, é produto da evolução social desde princípios do século XIX, já que, como o exame dos dados históricos mostra, nos séculos XVII e XVIII o próprio conceito do amor da mãe aos filhos era outro: as crianças eram normalmente entregues, desde tenra idade, às amas, para que as criassem, e só voltavam ao lar depois dos cinco anos. Dessa maneira, como todos os sentimentos humanos, ele varia de acordo com as flutuações sócioeconômicas da história.

São essas as conclusões a que chega Elisabeth Badinter neste seu controvertido estudo, que vendeu, quando de seu lançamento na França, mais de meio milhão de exemplares.

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As alegrias da maternidade

 

Nnu Ego, filha de um grande líder africano, é enviada como esposa para um homem na capital da Nigéria. Determinada a realizar o sonho de ser mãe e, assim, tornar-se uma “mulher completa”, submete-se a condições de vida precárias e enfrenta praticamente sozinha a tarefa de educar e sustentar os filhos. Entre a lavoura e a cidade, entre as tradições dos igbos e a influência dos colonizadores, ela luta pela integridade da família e pela manutenção dos valores de seu povo.

 

 

 

 

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a mãe e o tempo: ensaio da maternidade transitória

 

O comportamento humano é tão complexo, sofre tantos afetos biológicos, genéticos, psíquicos, ambientais, históricos e culturais, que não cabe na rigidez das evidências. Cabe, na melhor das hipóteses, em tendência, mas Carolina Pombo, em ‘A Mãe e o tempo: ensaio da maternidade transitória’ consegue escrever um ensaio científico tão preciso quanto se pode ser dentro desse que é o mais mítico dos universos do comportamento humano. Carolina explica o mito popular, expõe corajosamente e com propriedade o Feminismo de Estado, o Feminismo Acadêmico, reconhece a maternidade inserida numa política mainstream de comportamentos bitolados em lugar-comum, em zonas de conforto políticas, religiosas e morais. Nem por isso deixa de pontuar os bastidores da contracultura, que chega com tons biologicistas curiosamente distantes das raízes das pesquisas antropológicas, já a serviço de um mercado de consumo via mídia. Carolina Pombo traz em seu texto um olhar diversificado para as paixões ideológicas sobre a maternidade confrontando-as, ao mesmo tempo em que singulariza a visão para o que é maior diante de todos os interesses e interferências culturais: o ser humano, no caso aqui a mulher diante da criança dependente. Este livro é pioneiro na leitura dos processos contemporâneos que envolvem as consciências e inconsciências da maternidade, excelente referência literária para um debate mais transparente e profundo entre as diversas correntes que se digladiam em torno da maternagem.

 

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pequenos incêndios por toda parte

 

Um encontro entre duas famílias completamente diferentes vai afetar a vida de todos.

Em Shaker Heights tudo é planejado: da localização das escolas à cor usada na pintura das casas. E ninguém se identifica mais com esse espírito organizado do que Elena Richardson.

Mia Warren, uma artista solteira e enigmática, chega nessa bolha idílica com a filha adolescente e aluga uma casa que pertence aos Richardson. Em pouco tempo, as duas se tornam mais do que meras inquilinas: todos os quatro filhos da família Richardson se encantam com as novas moradoras de Shaker. Porém, Mia carrega um passado misterioso e um desprezo pelo status quo que ameaça desestruturar uma comunidade tão cuidadosamente ordenada.

Eleito nos Estados Unidos um dos melhores livros de 2017 por veículos como Entertainment Weekly, The Guardian e The Washington Post, Pequenos incêndios por toda parte explora o peso dos segredos, a natureza da arte e o perigo de acreditar que simplesmente seguir as regras vai evitar todos os desastres.

 

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Dar a vida e cuidar da vida: feminismo e ciências sociais

 

Dar a vida e cuidar da vida mostra a ligação do feminismo com as Ciências Sociais ao enfocar, entre outros tópicos, a emergência das questões feministas e o conceito de saúde reprodutiva na Sociologia. Além desses temas, são verificadas abordagens voltadas para diferenças ou desigualdades em assuntos como maternidade, contracepção, aborto, tecnologias reprodutivas e cuidados com a saúde.

 

 

 

 

 

Útero e Fronteiras: Gestação de Substituição no Brasil e nos Estados Unidos: um estudo comparado

 

A presente obra trata sobre a prática de gestação de substituição, mais conhecida como “barriga de aluguel” no Brasil, na qual uma mulher gesta o bebê de terceiro em seu próprio útero. A prática traz consigo questionamentos sobre maternidade genética, biológica e social, bem como sobre papéis tradicionais de gênero, separando maternidade da gestação propriamente dita. A regulamentação desta prática pelos Estados pode ser permissiva, proibitiva, restritiva ou inexistente, e cada uma delas terá consequências para seus cidadãos com dificuldades reprodutivas. Caso a regulamentação do país não seja benéfica, os detentores do projeto parental podem buscar outras jurisdições, com regulamentação permissiva, realizando a chamada gestação de substituição transnacional. Contudo, a transnacionalidade pode originar conflitos de nacionalidade e filiação – caso o país de residência habitual dos pais intencionais não aceite a certidão de nascimento estrangeira da criança – conflitos estes que despertaram o interesse do Direito Internacional Privado nos últimos anos. A obra convida o leitor a analisar estes conflitos através de uma análise comparativa entre as regulamentações existentes no Brasil e nos Estados Unidos, contando igualmente com contribuições interdisciplinares da bióetica, visando ainda refletir sobre a possibilidade de uma regulamentação internacional da prática.

 

 

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A filha perdida

 

Da autora de A amiga genial e História do novo sobrenome, um romance feminino e arrebatador.

“As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender.” Com essa afirmação ao mesmo tempo simples e desconcertante Elena Ferrante logo alerta os leitores: preparem-se, pois verdades dolorosas estão prestes a ser reveladas.

Lançado originalmente em 2006 e ainda inédito no Brasil, o terceiro romance da autora que se consagrou por sua série napolitana acompanha os sentimentos conflitantes de uma professora universitária de meia-idade, Leda, que, aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, decide tirar férias no litoral sul da Itália. Logo nos primeiros dias na praia, ela volta toda a sua atenção para uma ruidosa família de napolitanos, em especial para Nina, a jovem mãe de uma menininha chamada Elena que sempre está acompanhada de sua boneca. Cercada pelos parentes autoritários e imersa nos cuidados com a filha, Nina parece perfeitamente à vontade no papel de mãe e faz Leda se lembrar de si mesma quando jovem e cheia de expectativas. A aproximação das duas, no entanto, desencadeia em Leda uma enxurrada de lembranças da própria vida — e de segredos que ela nunca conseguiu revelar a ninguém.

No estilo inconfundível que a tornou conhecida no mundo todo, Elena Ferrante parte de elementos simples para construir uma narrativa poderosa sobre a maternidade e as consequências que a família pode ter na vida de diferentes gerações de mulheres.

Elena Ferrante se tornou especialmente conhecida pela série napolitana, cujos dois primeiros volumes, A amiga genial e História do novo sobrenome, já foram publicados com grande sucesso no Brasil.

Best-seller internacional, Ferrante tem livros lançados em mais de 30 países.

“A prosa de Ferrante é extraordinariamente franca, direta e inesquecível.” Publishers Weekly

“Um romance brutalmente sincero sobre a ambivalência da maternidade. ” The New Yorker

 

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Gestar, parir e amar: não é só começar

 

Este livro verbaliza que a maternidade, tão desejada, celebrada e na qual Tayná mergulhou de forma tão intensa, é no fundo o principal grilhão que aprisiona as mulheres. É o resultado de anos de reflexões para escancarar o quanto a culpa, alimentada pelo mito do amor materno, é o elemento que sustenta toda desigualdade de gênero que se tenta combater, seja nas ruas ou no mercado de trabalho. Tayná acredita que, enquanto as mulheres não desmistificarem a ideia desse amor instintivo e o processo de culpa alimentado por ele, nunca serão verdadeiramente livres. Essa desconstrução, porém, não pode ser feita de forma irresponsável e às custas da saúde de mulheres, bebês e crianças em um processo de não responsabilidade pelas nossas ações e escolhas e, muito menos, sem trazer os demais responsáveis para a discussão.

 

 

 

 

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