O castigo e a punição são métodos muito comuns na hora de educar as crianças, seja a retirada de um brinquedo, ficar de castigo ou qualquer coisa que traga uma certa visão de consequência de seus atos. Muitas vezes o castigo é visto como dos males o menor por trazer uma ideia de que ensina uma lição para reduzir o mal comportamento. Mas será que esse método de educação é realmente eficaz? Você nesse momento deve estar pensando que sim pois provavelmente foi ensinado desta forma.

Falando sobre a eficácia dos castigos e punições é evidente que eles funcionam, porém por um curto período, sendo usados como consequências pobres do mal comportamento, e, portanto, não trazem uma consciência sobre ato cometido, mas somente a ideia que não pode fazer determinada coisa pois terá uma punição por isso.

A criança precisa entender o porquê de seu comportamento não ser adequado e para isso precisamos levá-la a reflexão, e para isso precisamos agir de maneira diferente diante do erro.

– Após o erro da criança, faça uma pausa, respire fundo e se reconecte com aquilo que quer ensinar. A gritaria, o castigo e as palmadas são frutos do descontrole emocional dos pais. E como ensinar a criança a controlar seus atos através do descontrole?

– Utilize das regras e dos combinados. Quando algo errado acontecer, reúna a família e tentem achar uma solução juntos. Criem regras e combinados que todos os membros da família devem seguir, por exemplo: “nesta casa, não resolvemos problemas no momento de raiva”, assim juntos poderão fazer uma pausa e conversar calmamente sobre uma solução.

– Mostre à criança as consequências de seus erros. Por exemplo, diga: “Você percebe que ao empurrar seu colega, o machucou? Como se sentiria se estivesse no lugar dele?”. Tente fazer com que ela assuma o lugar do outro na situação, ela precisa reconhecer as consequências também pelo olhar do outro, trazendo assim a empatia.

– Não force a criança a pedir desculpas. Isso não faz com ela entenda que errou, só faz com que ela acredite que quando se erra, algumas desculpas resolvem tudo, então fica mais fácil errar, pois uma única palavra irá resolver.

– Achem uma solução juntos. Faça com que a criança pense sobre o erro e diga: “o que você acha que podemos fazer para corrigir essa situação? ”. É muito importante que a criança tente chegar em uma solução, isso faz com ela pense e reconheça que quando erramos devemos corrigir nossos erros.

– Utilize sempre do diálogo, antes de tomar qualquer atitude escute a criança. Quando falo em diálogo, falo em igualdade, se coloque na altura da criança, olhe nos seus olhos e pergunte: “O que aconteceu? O que te levou a fazer determinada coisa? O que você sentiu ao fazer isso? O que você está sentindo agora?”. Tente sempre tentar entender a criança primeiro para ajudá-la a entender melhor o motivo de ter errado e como chegar a uma solução.

Castigar e punir sem dúvidas é muito mais rápido e fácil, mas pense em que ser humano você quer formar? O que você busca com a educação do seu filho?

Se nós adultos muitas vezes não sabemos lidar com nossas emoções e cometemos erros, por que devemos esperar que as crianças consigam sempre acertar? As crianças precisam aprender a lidar com suas emoções para assim ter uma boa relação com o erro. Agora você deve estar pensando que já tentou dialogar e não deu certo, mas lembre-se, nada acontece de uma hora para outra e se você quer mudar as coisas dentro de sua casa comece agora e, com a prática e costume, os resultados virão. Você não nasceu sendo quem é, não espere que seu filho seja de uma hora para outra.

 

Luiza Graziela Santos Dias. Psicóloga infantojuvenil CRP 08/24954, tenho 26 anos, atuo exclusivamente com crianças, adolescentes e orientação de pais. Cursando pós graduação em intervenção e prevenção de suicídio; Síndrome da alienação parental e em psicodiagnóstico e psicopatologia da infância. Utilizo o instagram @psicologaluizagraziela como meio levar informações aos pais.
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