Recentemente, vemos florescer um movimento de mulheres que desejam romper com modelo de saúde imposto. Vemos muito mais mulheres questionarem os tratamentos que lhes são prescritos sem realmente serem ouvidas nas consultas, observarem melhor os seus corpos e perceberem o que as faz melhor ou não. Esse novo movimento coincide, também, com uma nova perspectiva de vida adotada por muitas pessoas que buscam um estilo de vida mais saudável, natural e sustentável.

Bel, uma carioca de de 38 anos que se formou em Medicina na Uerj em 2005, conta como esse movimento pode ser transformador na vida de uma mulher. “A visão da Ginecologia Natural é a visão holística, palavra que vem do grego “holos”, que significa todo, inteiro. Se ela procurar na totalidade do ser a origem dos desequilíbrios que geram as doenças, levando completamente em consideração a unidade indissolúvel de seu corpo, mente e emoções, é claro que o processo de cura que vem oferecer também abrange necessariamente isso tudo”, explica.

A ginecologia natural não é uma subespecialidade médica, é uma nova visão sobre a ginecologia. “Lançamos mão de ervas, óleos e outros tratamentos sim, mas acredite, no fim das contas eles são secundários. É possível até se curar sem tomar nada, se você verdadeiramente se modifica”, diz.

Isso significa que talvez seu problema possa ser resolvido com uma mudança no seu estilo de vida, ouvindo seu corpo, trabalhando seus padrões emocionais e com mudanças na sua alimentação e hábitos, por exemplo.

Cada mulher é única. Levando em consideração também a importância da avaliação global, a Ginecologia Natural se atenta para as necessidades individuais de cada mulher, de forma que cada consulta, abordagem e tratamento não será padronizado.

“Nesse processo muitos grupos passaram a buscar o resgate e a valorização de sabedorias ancestrais que estavam deixadas de lado em detrimento de consumo de produtos e hábitos que estão se mostrando não benéficos a longo prazo. As pessoas buscam mais vida, e vida de qualidade”, afirma Saide.

Bruna Leão é cofundadora do Não Me Kahlo, escritora e ocasionalmente advogada.
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