Preconceito linguístico é a discriminação existente entre os falantes de um mesmo idioma, onde não há o respeito pelas variações linguísticas, como sotaques, regionalismos, dialetos, gírias e demais diferenças da fala de determinado grupo ou pessoa.

Não existe isso de “falar errado”. Pessoas dominam o próprio idioma e se comunicam, ainda que de forma diferente da norma culta.

Bicicreta, framengo, raôxis, imbigo…⠀Todo mundo entende o que está sendo falado dentro do seu contexto. Não é por menos que a gente consegue perceber o perfil de quem mais é humilhado na hora de falar: a pessoa pobre, que normalmente não teve acesso à educação formal. ⠀

A língua é fluida, muda, está sempre em evolução, e não é o mesmo que gramática e norma culta. ⠀

O rotacismo (a troca do l pelo r) e o lambdacismo (a troca do r pelo l) são fenômenos linguísticos bastante comuns. Acontecem principalmente pela posição da língua em local próximo. No L posicionamos a língua no dente, no R posicionamos no palato. Por isso, é mais fácil falar “probrema” do que “problema”, porque não precisamos levantar tanto a língua. É uma acomodação linguística. ⠀

Por exemplo, a palavra praia. Ela era falada playa, assim como foi mantida em espanhol, mas em português mudou para praia. Assim como branco, brasão, entre outras. A língua vai mudando e quem sabe um dia se falará bicicreta mesmo na norma culta.

A língua portuguesa não pode servir de objeto de vergonha e humilhação. ⠀

 

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