Fiz uma leitura crucial pra mim recentemente e resolvi dividir com vocês. Foi um borbulhar de conhecimento tão intenso que não podia ficar só comigo, Está tudo presente no livro O Feminismo é Para Todo Mundo: políticas arrebatadoras, da autora, professora e ativista bell hooks. Essa obra riquíssima passa por várias temáticas, sobre ativismo, nossos direitos, estética e muitos outros. É por isso que venho explicar alguns pontos:

 

1. O Feminismo não é um produto

 

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Pela ausência de materiais acessíveis falando sobre feminismo, acabam acontecendo alguns equívocos e confusões. Um exemplo disso é a ideia de que o feminismo é um produto e que podem existir vários tipos de feminismo (self-service). Com isso, pessoas que são contra o movimento se aproveitam para praticar a desonestidade. Ilustrar o feminismo como um estilo de vida pode ser perigoso e apagar a importância do movimento — não tem como a gente ser “um pouco” feminista ou “às vezes” feminista.

 

2. Ser feminista pode ser doloroso e muito difícil

 

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Os direitos que nós mulheres adquirimos num sistema de dominação masculina são frágeis — podemos perdê-los a qualquer momento. Quando a gente se afasta do feminismo, nossos direitos se enfraquecem, porque o sistema social e político não foi reformado ainda. Ter pensamentos feministas num sistema patriarcal é difícil mesmo, mas a culpa não é do feminismo.

 

3. Ter poder sobre o nosso corpo é um direito

 

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A garantia do direito da mulher de ter poder sobre o seu corpo é um princípio básico do feminismo. Isso tem muita ligação com os direitos reprodutivos e pode ser tema para um outro texto.

 

4. O discurso negativando nossa imagem é antigo

 

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Existiu um contra-movimento temendo que as feministas fossem destruir os negócios dos investidores das indústrias de cosméticos, já que as mulheres aprenderam se admirar no estado natural. É daí que vem toda a propaganda negativa da forma de uma mulher feminista — a mídia foi financiada para dizer que feministas eram inadequadas, gordas, velhas, masculinas e feias, mesmo sabendo que mulheres feministas existem em diversidade de formas cores corpos e tamanhos (desonestidade mandou um olá).

Esse discurso negativando nossa imagem é triste porque vem de décadas anteriores e existem pessoas muito próximas a nós que reproduzem assiduamente essas falas — as coisas mudaram mas não foi tanto assim. Quando as mulheres questionaram a indústria da moda foi possível entender as consequências da obsessão pela imagem, até porque a indústria da moda e cosméticos era dominada por homens que não se importavam em desconstruir o sexismo.

 

5. O nosso valor enquanto mulher não está relacionado apenas à estética

 

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Nós mulheres, de forma geral, somos socializadas acreditando que nosso valor está relacionado a estética e por vezes sentimos a necessidade de aprovação dessa aparência — por homens. Acontece que somos influenciadas por toda uma mídia calcada na supremacia branca e masculina. A mídia despeja em filmes, anúncios e na TV a imagem sexista da mulher — magra, branca, loira e faminta. O aspecto da aparência vai muito além do corpo, das roupas e acessórios. O discurso do amor próprio veio justamente nesse fluxo, quando pesquisadoras feministas descobriram formas de entender a raiz do nosso sentimento de inadequação e então criaram estratégias para diminuí-lo.

 

6. A obsessão pela imagem traz consequências negativas

 

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Os distúrbios alimentares nas mulheres estão relacionados a toda essa construção afixada pela imagem. A promoção do auto ódio é extremamente prejudicial para a nossa saúde mental e física. É preciso ilustrar tipos alternativos de beleza e promover as diferenças para que o cenário mude de panorama.

 

7. Feministas propuseram modelos alternativos de cuidado

 

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As mulheres feministas se organizaram para promover a saúde feminina em centros específicos para tal. Vocês acham que essa repulsa por métodos alternativos e formas afetuosas de cura vem de onde? Isso mesmo, do machismo meus amores. Mais uma vez lá vão elas confrontar a indústria, dessa vez a médica. Pois o dinheiro das mulheres vale igual o de todo mundo. O investimento em pesquisa para soluções adequadas para mulheres foi um direito adquirido por mulheres feministas. Devemos ter o direito de escolher nos sentirmos bem de acordo com nossas posses. Lutaram para isso. Não podemos abrir mão, justamente porque agora sabemos que dentro de um sistema sexista somos frágeis.

 

8. Precisamos de aliadas e aliados

 

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O mundo precisa que os homens apoiem o movimento — para as coisas mudarem de verdade.

O mais importante de tudo: nossa teoria precisa encontrar um caminho que funcione na prática.

Cada pessoa tem uma experiência, vamos nos comunicar de forma que faça sentido para o máximo de ouvintes e leitores possível. ESPALHAR A PALAVRA COMPANHEIRAS!

O nosso diálogo em nossas casas é diferente do diálogo com as pessoas no trabalho ou com as pessoas na universidade. Nossas práticas e falas precisam ser compatíveis com a realidade em que a gente vive e dos meios que a gente está inserida — cada pessoa tem o seu entendimento.

Vamos nos atentar a isso, tá bem? Parafraseando a autora: A revolução precisa ser contínua!

 

 

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Carolina Moreira — mineira , 25 anos, graduanda em Engenharia. Feminista, estudante, pagodeira e tentando dividir o que tenho lido e aprendido. Instagram: @_calumgs / @obvioassim
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