“Eu, Johnny Bravo, Jair Bolsonaro, ganhou, porra!”, disse o Presidente em uma entrevista. Logo após, tweetou uma imagem do personagem.

Eu fiquei imaginando o porquê.

Deus, porquê.

A estética, sozinha, não fazia sentido. Depois, percebi o alinhamento das iniciais Johnny Bravo com Jair Bolsonaro. Vale a pena essa referência desconsiderando totalmente quem é o personagem do desenho?

Johnny Bravo era um dos desenhos mais populares da Cartoon Network no final dos anos 90 e início dos anos 2000. A série era engraçada e fazia sucesso entre as crianças justamente por ele sempre se dar mal sem nunca se dar conta disso, convencido da sua grandeza.

O personagem é uma sátira completa ao macho alfa. Johnny é extremamente narcisista, desastroso, burro e sem noção. Ele solta várias cantadas bregas que invariavelmente o leva a ser rejeitado por todas as mulheres que encontra.

Johnny Bravo se acha e se esforça para ser cool, mas ninguém mais o vê assim. Me lembra os episódios do Presidente fazendo flexões, só que ele não consegue ou não sabe fazer flexões, e fica só mexendo a cabeça para cima e para baixo numa cena ridícula.

O curioso é que sem querer talvez Bolsonaro tenha acertado na identificação com o personagem: tem uma ideia limitada e tosca de masculinidade, e é muito burro para perceber o papel de ridículo que faz. Ainda sai convencido de que é foda.

 

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