Torto Arado é um dos melhores livros que já li. Pronto. É essa a resenha. Beijos.
Mas, sério. Há anos não me deparava com uma obra tão completa, ousada e assertiva. Itamar Vieira Junior transformou em palavras a essência de um Brasil verdadeiro, populoso, valioso e, geralmente, ignorado.
Itamar Vieira Jr nasceu em Salvador/BA, e viveu parte de sua vida em Pernambuco, depois no Maranhão. Geógrafo pela UFBA, é doutor em estudos étnicos e africanos pela mesma instituição.
Torto Arado é seu primeiro romance, publicado primeiramente em Portugal, onde recebeu o prêmio LeYa 2018, e trazido ao Brasil pela Editora Todavia, em 2019. Por aqui, foi premiado com o Jabuti de Melhor Romance e Oceanos, ambos em 2020. O livro já atingiu a marca de mais de 100 mil exemplares vendidos e é uma das obras mais comentadas da atualidade, o que elevou seu autor ao patamar de “escritor vivo mais premiado e vendido no Brasil”.
Ambientado em uma fazenda de arroz na Chapada Diamantina, a obra conta a história de duas irmãs unidas pelo amor fraterno e pelas circunstâncias que permeiam as mulheres que nascem pretas, fortes, pobres, em um país extremamente racista. Bibiana e Belonísia fazem parte de um povoado que vive da roça, cujo trabalho é explorado pelos donos de terras e posto à prova pela natureza.
A forma como as pessoas e o ambiente convergem, e como a fé não é mero cenário e sim fio condutor, enriquecem a leitura de tal maneira que eu me senti envolvida pelo livro quase como se eu pudesse ver seu desenrolar na frente dos meus olhos.
É um livro sim, sobre pessoas muito diferentes de mim. Mas a escrita do autor é tão didática e poética ao mesmo tempo, que eu apenas entendi. Seria ousadia minha dizer que entendi o que é ser Bibiana? O que é ser Belonísia? O que é o poder ancestral de um povo?
Prefiro conservar os detalhes porque o melhor conselho que posso dar a qualquer leitor sobre Torto Arado é: leia. Descubra. Para mim, é o melhor livro brasileiro da atualidade.
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Sinopse: Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.
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Editado por Bruna Rangel e revisado por Júlia Zacour.
Showw! Como sempre acompanhei o trabalho e as resehas da Luciana não tem como não se admirar e querer ler este livro! Fiquei bem feliz em ver sua página restabelecida e agora como colunista aqui! Que suas resenhas sejam lidas por muitos e muitos críticos literários! Beijos de Luz e sucesso!
Ótima resenha! Síntese perfeita dessa obra incrível! Parabéns!